terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Atividade Antimicrobiana da Quitosana

A crescente demanda de consumidores e especialistas por alimentos sem conservantes químicos tem levado a pesquisas e a descoberta de novos agentes antimicrobianos naturais. Nesse contexto, a atividade antimicrobiana incomum da Quitosana e derivados contra diferentes grupos de microrganismos, tais como, bactérias, fungos e leveduras tem recebido uma atenção especial nos últimos anos.

Em virtude de sua carga positiva, a Quitosana é mais solúvel e possui uma maior atividade antimicrobiana do que a quitina. Os mecanismos exatos pelos quais a Quitosana e seus derivados exercem essa atividade ainda permanecem desconhecidos. Entretanto, diferentes mecanismos têm sido propostos por pesquisadores. A interação entre a Quitosana positivamente carregada e as membranas celulares dos microrganismos negativamente carregadas, leva ao vazamento de conteúdo protéico e outros componentes intracelulares. A Quitosana também age como agente quelante que se liga seletivamente a traços de metais e inibe dessa forma a produção de toxinas e o crescimento microbiano. O biopolímero possui ainda capacidade de ativar diversos mecanismos de defesa nos tecidos hospedeiros, atua como um agente sequestrante de água e inibe várias enzimas. A ligação da Quitosana com DNA e a inibição da síntese do mRNA ocorre via penetração da Quitosana no núcleo dos microrganismos e interferência na síntese do mRNA e proteínas.

Alguns estudos mostram que a inibição completa do Staphylococcus aureus requer a utilização de Quitosana em concentrações maiores (1-1,5%) por 2 dias de incubação a pH 5.5 ou 6.5. Outros estudos mostraram que a Quitosana em concentrações menores do que 0.005 mostrou-se suficiente para a completa inativação do S. aureus. Esses dados concordam com os resultados obtidos por Darmadji e Izunomoto sobre o efeito da Quitosana sobre a preservação de carnes.

No estudo realizado por Simpson e colaboradores (1997) avaliou-se o efeito antimicrobiano da Quitosana sobre diferentes culturas de bactérias sobre o camarão cru em diferentes concentrações e observou-se variações no grau de susceptibilidade dos microrganismos a Quitosana. De acordo com os resultados obtidos, o Bacillus cereus requer concentrações de Quitosana em torno de 0,02% para o efeito bactericida, enquanto a Escherichia coli e o Proteus vulgaris mostram crescimento mínimo a 0,005% e completa inibição a concentrações acima de 0,0075%.

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