terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Quitosana - Atividade Fungicida

O uso de substancias bioativas como a Quitosana para controle de doenças causadas por fungos pós-colheita tem chamado bastante atenção na área agrícola e alimentícia devido aos problemas eminentes associados ao uso de agentes químicos, o qual inclui o desenvolvimento de uma resistência dos consumidores na aquisição e ingestão de produtos tratados com fungicidas, o aumento do número de agentes patogênicos pós-colheita resistentes a fungicidas tradicionais e a quantidade de fungicidas que ainda estão sob observação para serem utilizados. Experimentos mostram que a Quitosana inibe o crescimento in vitro de uma gama de fungos e leveduras, com exceção do Zygomycetes, que tem a Quitosana como o principal constituinte de suas paredes celulares. Adicionalmente a formação de uma película protetora permeável ao ar, a Quitosana possui uma função dupla, que é a interferência direta sobre o crescimento do fungo e a ativação do mecanismo de defesa das plantas.

Recentemente a atividade antifúngica da Quitosana foi avaliada em um experimento utilizando o crescimento in vitro de fungos patogênicos pós-colheita em morangos. De acordo com esse estudo, a Quitosana (com grau de desacetilação acima de 92%) reduziu de forma marcante, o crescimento radial de Botrytis cinerea e Rhizopus stolonifer, com um efeito maior em altas concentrações. Os pesquisadores envolvidos confirmaram a importância do grande números de grupos positivos alternados na cadeia do polímero devido a abaixa atividade apresentada pela N,O-carboximetilQuitosana comparada com a Quitosana.

Em estudos realizados in vivo, El Ghaouth e colaboradores relataram sinais de infecção em frutos cobertos com Quitosana após 5 dias de armazenagem a 13°C comparado com 1 dia para o controle. Após 14 dias de armazenagem, os morangos cobertos com Quitosana (15mg/mL) tiveram a sua deterioração causada por fungos reduzida em mais de 60%. Observou-se ainda que os frutos cobertos amadureceram normalmente e não apresentarem nenhum sinal aparente de fito-toxicidade.

Em outro estudo, que avaliou a inibição da Sclerotinia rot em cenouras através do tratamento com solução de Quitosana mostrou que a incidência de apodrecimento foi reduzida de forma significativa (de 88 para 22%) pelo tratamento das raízes de cenoura com soluções com concentrações de 2 e 4% de Quitosana.

A Quitosana também induz a produção de uma enzima de defesa na planta, denominada quitinase, presente em tecidos vegetais, que degrada as paredes celulares dos fungos e induz o acúmulo de fitoalexinas fúngicas. Os resultados sugerem que a cobertura de frutas e verduras com Quitosana ou seus derivados pode trazer vantagens positivas para a armazenagem a longo prazo desses alimentos.

Um comentário:

leandro j pereira disse...

QUAIS SAO AS VANTAGENS DE SE UTILIZAR A QUITOSANA EM LAVOURAS DE MORANGOS?

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